Lançado
oficialmente na TV na última semana (11/10) o novo single de Noel
Gallagher, ex-Oasis, intitulado AKA... What a Life! é a
continuação da história que ainda parece estar longe de seu fim.
Esse é o segundo
single
do cantor lançado em forma de clipe e a ideia principal é de que
todos os clipes do primeiro álbum do cantor após sua saída do
Oasis, High
flying birds,
que chega às lojas hoje (17/10), sejam mais que meros videoclipes.
Noel fará de cada clipe um pedaço da história, em forma de
curta-metragem. Ao final, os curtas resultarão em um longa. Será
como em uma série de TV, em que é preciso que o telespectador junte
todas as pistas e enredos de cada episódio para entender a obra
total.
A ideia é um tanto
quanto inovadora e, até então, consegue alcançar seu objetivo de
se aproximar do cinema - que no novo clipe é ainda mais evidenciada.
Os grandes planos sequenciais e panorâmicas, a fotografia, as cores
vivas e os cenários e figurinos da história, que fica na linha
tênue entre o universo circense e o faroeste, são indícios de que
a intenção do projeto é ser uma obra cinematográfica.
No primeiro clipe,
The
death of you and me,
a história não se mostra tão interessante: apenas uma garçonete
de um bar no velho oeste que parece se cansar da vida que leva. Noel
Gallagher é um dos personagens da trama e até então sua presença
se assemelha à de um libertador da garçonete, que age sem que
ninguém perceba.
Já em AKA...
What a life!,
que tem a duração dobrada do primeiro clipe, a história se inicia
de onde parou, em uma espécie de espetáculo circense que convida a
garçonete para se juntar aos artistas. É então que a verdadeira
aventura cinematográfica começa. A personagem entra em uma carroça
e seu interior parece ter saído do filme Alice
no País das Maravilhas:
ela está sentada em uma grande poltrona vermelha, quando uma figura
que parece beirar o Chapeleiro Maluco e um Demônio, estrelado por
Russell Brand, num trono entre chamas, começa a ameaçar a garçonete
e atentá-la para sua escolha. Tudo isso de forma bastante
assustadora, como se a imaginação, até então vivida de forma
positiva pela garçonete, mostrasse seu lado sombrio e perigoso. Ela
é forçada a tomar um líquido azul e então a história muda
completamente seu eixo.
Durante essa cena de
transição, são usadas imagens estilo flash
back,
sobreposição de imagens e cenários e até inserção de
personagens que não existiam nas cenas filmadas, em uma mescla de
tecnologias que ora parecem do cinema antigo, analógico, ora se
evidenciam como as transformações possibilitadas pelo cinema
digital.
A garçonete, então,
volta para a vida real, perdida em algum lugar no velho oeste. O
Demônio aparece e pede a duas de suas subordinadas para buscá-la de
volta. Elas vão para a estrada e roubam o carro de dois garanhões,
utilizando a sedução como arma. Depois capturam a garçonete e a
trancam no porta-malas do carro. Durante as ações delas, o Demônio
aparece, em inserções de cena, comemorando.
É quando a figura
de Noel, o libertador, aparece, engana as personagens e com uma
câmera Super 8, que funciona como uma espécie de arma, ele faz as
duas desaparecerem e salva a garçonete. Um enredo típico de
faroeste, em que há a mocinha, vítima (a garçonete), o bandido, o
Demônio e o herói, Noel.
Apesar de a história
parecer clichê, ela instiga a imaginação para saber como será o
próximo clipe e se ele será mesmo uma continuação do enredo. O
que chama a atenção não é o roteiro, mas sim a forma como ele foi
articulado: as técnicas e tecnologias utilizadas. A sensação de
quem assiste é de estar vendo um filme cinematográfico, e não um
videoclipe, em sua essência, pensado para o formato televisivo. A
continuidade também é um ponto favorável das novas obras de Noel.
Infelizmente, devido
à reivindicação de direitos autorais da EMI Music, responsável
pela produção e divulgação do conteúdo, o clipe foi retirado dos
canais do Youtube, Blogger e outras plataformas de vídeo.
Entretanto, ele pode ser conferido no Vimeo, em qualidade HD, porém
com o carregamento mais lento e com uma burocracia maior para
interagir com o vídeo (como, por exemplo, não ser permitida sua
incorporação), por meio do link: http://vimeo.com/30153521