Santo Antônio do Monte – MG é uma das maiores produtoras de fogos de atíficio do Brasil, mas desde que houve uma forte desvalorização cambial em 2006, o mercado pirotécnico da região começou a perder força em função dessa desvalorização. A China, maior produtora de artigos pirotécnicos do mundo, tem investido na exportação brasileira, tomando o lugar da pequena cidade de Minas Gerais, uma vez que ela tem vendido a preços relativamente baixos.
Santo Antônio do Monte representa nacionalmente uma crescente relevância em termos de PIB no centro-oeste mineiro, isso se dá pelo número de empresas sejam elas pequenas e médias, responsáveis por empregar um bom percentual de mão-de-obra, gerando em torno de 2.578 empregos formais diretos. Hoje, o setor representa cerca de 80% da economia do Município.
Em relação a vendas no mercado interno, voltado, sobretudo para toda Minas Gerais e São Paulo, o volume chega a R$55 mi além de exportarem para países do Mercosul.
O mercado de fogos da cidade que antes era sólido tende a se enfraquecer. Segundo Fernando Júnior, Assessor de Comunicação do Sindicato das Industrias de Explosivos no Estado de Minas Gerais (SINDEMG), as empresas estão tendo que se render as preços praticados pela concorrência, o que fez baixar para o volume em exportação.
Ainda segundo Fernando Júnior, presidente da Fogos in Brasil de Santo Antônio do Monte, “a produção continua a mesma, mas as vendas caíram cerca de 30%.” Sem contar que a economia da cidade perde o espaço que vem conquistando gradativamente no mercado como a sendo a segunda maior produtora de fogos de artifício do Brasil.
Ainda segundo Júnior, as empresas não vivem sua melhor fase, uma vez que o produto chinês tem se mostrado cada vez mais competitivo em virtude do real forte. As modificações na política monetária do Banco Central, todavia, que resultaram numa mudança no mercado financeiro neste mês de setembro, traz boas expectativas para o setor fez o real se desvalorizar em relação ao dólar, tende a melhorar o quadro. Porém, diz Fernando Júnior, para que as perdas dos últimos anos sejam o reparadas ainda vai demorar. "Mas estamos confiantes com o que aconteceu com a moeda neste mês", diz. Talvez ainda seja o suficiente para o setor soltar fogos de artifício.
Por: Ana Lúcia Silva e Marcela Knupp