ITAÚNA, A CENTENÁRIA DECADENTE

Itaúna completou 110 anos em 16 de setembro e em seu aniversário não há muito o que festejar. Ruas esburacadas, hospital desestruturado, tráfico de drogas, entre muitas outras situações que deixam a desejar.
Itaúna se emancipou administrativamente em 1901, foi elevada à categoria de cidade em 1915 e tornou-se Comarca em 24 de janeiro de 1925. Muito mudou de lá para cá, mas em comparação às cidades vizinhas, a pequena cidade centenária está parada no tempo. Vista como município tradicionalista, onde o novo é pouco quisto, a inércia de seus habitantes é justificada.
A cidade possui 83.823 habitantes segundo dados do IBGE e grande parte está insatisfeita com a situação de descaso dos governantes. Todos os dias há uma notícia de assalto, morte ou problemas na área de saúde no município.
A situação atual parece uma anedota de muito mau gosto. As ruas estão tão esburacadas que em determinadas partes da cidade parece que estamos em um rally; a Praça Doutor Augusto Gonçalves, localizada na área central da cidade, está em reforma há mais de um ano e, após promessas e mais promessas de conclusão da obra, o cenário que vemos diariamente é um local esburaquento cercado de tapumes.
Infelizmente a fama de promessa de político se confirma na situação atual da praça principal da cidade. Após diversas remarcações para a entrega da obra concluída, quase ninguém mais acredita que esta revitalização acabará. Além disso, há o transtorno de se transitar no local e isso tem gerado prejuízos para os lojistas. Caíram as vendas do principal ponto comercial da cidade. Muitos empresários temem que as obras se estendam até o Natal e que mais uma vez as vendas desse período sejam comprometidas.
Há também as diárias reclamações sobre o único hospital da cidade. Há muitos pacientes e poucos recursos para atendê-los adequadamente. O CTI Neonatal da cidade não saiu do papel. Sua estrutura já está toda montada, doação da Universidade de Itaúna, porém não funciona. Em entrevista dada ao jornal Spasso, o gerente do Hospital Manoel Gonçalves Josias Gambarelli diz que o prédio onde seria instalado o CTI já foi construído, porém nunca funcionou. Além disso, relatou que o projeto era deficitário e por isso foi abandonado. Porém, o CTI continua ocupando uma área do hospital, que atualmente está desativada. E o hospital tem necessidade de muitas alas especializadas, inclusive a centro de tratamento intensivo destinado aos recém-nascidos.
Itaúna se tornou uma cidade de promessas não concretizadas e a população tem se revoltado com esta situação, porém ainda sem saber direito o que fazer para solucionar os problemas. E com a chegada dos 110 anos da cidade, por uma semana, poucos são os questionamentos sobre a cidade, haja vista os festejos de aniversário. É a política do pão e circo mais uma vez; agora com menos pão e mais circo.
Por Larissa Moura Edição Júlia Medeiros

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