DIVINÓPOLIS SE DESPEDE DE LESTON NASCIMENTO

Ex-zagueiro de clubes como América-RJ, Cruzeiro e Guarani, de Divinópolis, Leston se orgulhava de seu passado no futebol. O mundo da bola perde um comentarista esportivo, mas sobretudo um boleiro que gostava de samba

Por Lucas Carrano e Renato Mesquita

Divinópolis, principalmente sua parcela mais ligada ao esporte, acordou mais triste no último sábado. Apesar da aparente normalidade - jogos de futebol acontecendo em quase todos os campos da cidade, partidas de tênis nas sedes campestres dos clubes, os cruzeirenses se preparando para acompanhar a partida contra o Santos e os atleticanos ansiosos pelo confronto contra o Bahia no dia seguinte - este foi um dia de despedida. Pela manhã faleceu Leston Isaías do Nascimento, ex-jogador e comentarista esportivo, em decorrência de um câncer, contra o qual lutou enquanto teve forças.
Leston em participação no programa Resenha Esportiva
Leston nasceu na zona oeste do Rio de Janeiro em 1935, filho do militar José Isaías do Nascimento e da dona-de-casa Maria Nazaré do Nascimento. Começou a jogar profissionalmente aos 16 anos e obteve destaque principalmente em suas passagens por América-RJ, Cruzeiro e Guarani de Divinópolis. Ao longo dos seus 14 anos de carreira, sempre foi motivo de orgulho para Leston ter feito parte de equipes memoráveis, como o América-RJ entre 1955 e 1957, e ter jogado contra nomes da estirpe de Pelé e Garrincha.
O zagueiro Leston Nascimento deixa saudades ao América-RJ, que na pessoa de seu atual presidente, Vinícius Cordeiro, enviou suas condolências para a família e amigos. O estudante universitário Pedro Oliveira afirma que se lembrará dos comentários de Leston. ”Gostava muito de ouvir seus comentários, ele tinha uma visão de quem realmente viveu o futebol dentro das quatro linhas”, disse ainda surpreso com a notícia.  
“O Leston, como pessoa, era extraordinário. Gostava de música, gostava de samba e não desafinava”, diz o colega de Rádio Minas Garcia Júnior, que, a despeito da relação profissional, afirma que a lembrança para ele será sempre a do amigo Leston. “Quem gosta de música, quem tem esse espírito, só pode ser uma boa pessoa. E, além disso, ele era um cara que sempre tinha boas histórias do futebol”, completa.
O sepultamento aconteceu ainda no domingo. Durante a rodada do fim de semana do Campeonato Brasileiro, foi respeitado um minuto de silêncio em sua homenagem antes da partida entre Santos e Cruzeiro, na Vila Belmiro, e também no confronto entre Atlético-MG e Bahia, na Arena do Jacaré. Leston deixa a esposa, Maria Célia Silva Nascimento, e cinco filhos: Luciene, Adriano, Glaene, Anderson e Leston Júnior. Mais do que isso, deixa sua marca e um vazio irreparável para os amigos, também no futebol brasileiro e na crônica esportiva divinopolitana.

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