Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de escolaridade dos brasileiros aumentou nos últimos anos. Além disso, a taxa de analfabetismo entre pessoas a partir de 15 anos caiu. No Censo de 2000 o número de analfabetos atingiu 13,6%; já em 2010 este índice foi de 9,6% no Brasil.
Esta mudança nas estatísticas está relacionada a muitos fatores, como a criação e o desenvolvimento de programas assistenciais do Governo, como o Bolsa Família, no qual o beneficiário se compromete a garantir a assiduidade das crianças e adolescentes na escolas, e em programas de acesso ao ensino superior, como o ProUni, que possibilitou a entrada de estudantes de baixa renda nas universidades privadas brasileiras.
Com todas as novas possibilidades e oportunidades de ensino, o mercado de trabalho a cada ano exige mais dos candidatos. Para ter um retorno financeiro e uma valorização profissional, é necessário ir além da faculdade; hoje em dia, a continuidade dos estudos é quase uma condição para se manter "empregável". E foi com este pensamento que Henrique Franco Bicalho optou por fazer o curso de Engenharia Elétrica na UFMG. Ele começou a graduação em agosto de 2005 e se formou em junho de 2011. Atento à exigência do mercado de trabalho, atualmente faz mestrado também na UFMG.
Do vestibular à graduação
Entrar em uma faculdade não é nada fácil, e sabendo das dificuldades que viria pela frente, o processo de preparação para o vestibular fez com que Henrique estudasse mais de 12 horas por dia, incluindo os finais de semanas e até datas comemorativas e especiais, como o Natal. “Resumindo: durante meu dia, eu apenas dormia, tomava banho, almoçava, jantava, tomava café da tarde, e assistia a Malhação. Fora isso eu estudava todo o tempo”, diz Henrique.
O início do curso superior, para Henrique Bicalho, seguiu o mesmo ritmo. Além das muitas horas de estudo, o estudante, já, no segundo período, fazia iniciação científica. Participou de projetos científicos durante dois anos e percebeu como esta experiência poderia ajudá-lo em sua formação, não apenas pelo conhecimento adquirido, mas sobretudo pelo relacionamento com os professores pesquisadores. “A professora que foi a minha orientadora de iniciação científica foi também a responsável por orientar minha monografia, e hoje é a minha orientadora no mestrado”, relata.
Porém, nem tudo é fácil na faculdade. Se há um denominador comum nas salas de engenharia ele se chama reprovação. O curso de engenharia elétrica foi apontado em 2003 no Exame Nacional de Cursos, o Provão, como o mais difícil graças a carga pesada de estudos nos campos da matemática e da física. Bicalho não se viu longe dos famosos “paus” e chegou até a desaminar um pouco do curso. “Fiquei um ano levando a coisa meio na corda bamba, mais paulando do que passando. Depois disso, eu voltei a estudar, a passar em praticamente tudo, mas não com o mesmo rendimento do início do curso”, relembra.
O mestrado na mesma universidade onde se graduou, segundo Henrique, surgiu como uma dupla oportunidade: ao mesmo tempo em que aproveita as horas de estudo para se preparar para um concurso público, Henrique se antecipa à tendência do mercado, que exige maior capacitação de seus executivos. Redação: Larissa Moura | Edição: Júlia Medeiros