RÁDIO COMO INSTRUMENTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Encontro nacional de Rádio e Ciência discute novas formas e formatos de se divulgar projetos científicos
Por Mara Gontijo e Cristiane Lopes
Falar sobre projetos científicos não é uma tarefa fácil, uma vez que os termos são muito próprios de cada pesquisador. Pelo menos é o que se pensava até hoje. Os meios de comunicação como rádio e televisão, por exemplo, têm grandes possibilidades de fazer com que esse conhecimento chegue até as pessoas de forma clara e simples.
O rádio é um veículo de grande alcance, instrumento que difunde notícias e entretenimento. Pensando nisso, o 2º Encontro de Rádio e Ciência, que aconteceu na UFMG, entre os dias 24 e 26 de setembro, foi uma oportunidade de se discutir sobre a divulgação científica. Por meio de painéis de experiências, palestras e mesas redondas, discutiu-se sobre as maneiras de fazer do rádio um veículo de educação científica e tecnológica. A popularização da ciência já é feita por meio de algumas iniciativas de rádio e TV, porém, ainda são poucas as pessoas que têm o interesse em buscar conhecimento científico, talvez por achar que chegar a ele é algo inatingível, distante da vida cotidiana do “humano comum”. Isso acaba por fazer com que se associe o processo de aprendizado exclusivamente à escola – e o ambiente escolar é apenas um dos locais em que se aprende. Outro motivo por que os programas de divulgação científica têm pouca popularidade seria o horário em que eles são veiculados, alguns muito cedo, outros em horários nos quais as pessoas não podem assistir.
O contato com programas que realizam divulgação científica nos faz pensar que o trabalho é fácil; um professor (ou um pesquisador) e um jornalista que se reúnem e produzem um programa sobre um tema específico e pronto. Porém, são necessários profissionais qualificados em “traduzir” o que será veiculado, da linguagem científica, muitas vezes complexa, para a do cotidiano. E essa é uma tarefa não apenas dos “homens de comunicação”, mas dos ou próprios pesquisadores, responsáveis em passar a informação correta em palavras e expressões de claro entendimento. Embora o intuito do evento fosse discutir sobre o rádio enquanto instrumento democrático de difusão científica, os palestrantes ainda estão um pouco perdidos em relação ao que se discutir, quais caminhos seguir. Embora seja um meio centenário e tenha havido experiências radiofônicas de divulgação científica em outros tempos, algo se perdeu no meio do caminho e são muitas dificuldades encontradas. E a principal delas é mobilizar a sociedade para participar e, o que talvez dê o tom do desafio a ser enfrentado, ouvir os programas.

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