ESTA É A CIDADE DO TAL ROCK’N ROLL?

No último sábado, dia 20 de agosto, quem teve a oportunidade de passar pelo final da Rua Pitangui (local onde já funcionou o inativo mercado distrital), entre as 15h e meados da noite, assistiu a um episódio nada extraordinário da vida cultural divinopolitana: um show underground de rock’n’roll. De fato, realmente não haveria nada de extraordinário no acontecido - Divinópolis tem incontáveis bandas de rock, metal, punk e outros subtipos agregados que realizam, de forma independente eventos do gênero - se não houvesse a participação do poder público na organização deste.
O evento reuniu 11 bandas de, supostamente, rock da cidade – algumas delas já conhecidas do público, como, por exemplo, a banda Commando, cover de Ramones, e o Jaspion and the Biggest Tchousen Fans Rock´n Roll Music Group, grupo que a despeito do nome absurdo, é um dos que mais se esforçam para impulsionar a cena musical divinopolitana. A maior parte 
A iluminação pitoresca ditou o tom da noite
das bandas, porém, é constituída de bandas novas da cidade e que, na ocasião, tiveram a chance de tocar pela primeira vez em público.


O encontro de bandas daquele sábado é o chamado “Rua do Rock”, evento que acontecerá, a partir de agora, uma vez por mês na cidade. O evento é uma iniciativa do secretário de cultura Bernardo Rodrigues ao constatar o que ele chamou de “vocação enorme para o rock’n’roll” na cidade. Na verdade, após conversar com o secretário – que como todo mundo sabe, é músico - não foi possível entender se o evento se trata da primeira ou da segunda edição da Rua do Rock.Isso porque, na verdade, o evento é uma continuação da comemoração do “Dia Mundial do Rock”, que aconteceu no dia 13 de julho deste ano. Para comemorar a data a Prefeitura instalou no mesmo local uma espécie de palco livre onde puderam tocar bandas e músicos da cidade que se interessam pelo gênero e, claro, por divulgar sua música. Feliz com a realização desse primeiro evento, Bernardo resolveu repeti-lo todos os meses. Assim criou-se a Rua do Rock, que é realizada quase que exatamente aos mesmos moldes do seu antecessor.
Gustavo Daldegan, guitarrista do Jaspion..., aprovou a iniciativa do secretário: “A rua em si já tem uma essência muito rock n`roll. É sempre um prazer tocar em um ambiente onde as pessoas estão ali reunidas para curtir o tipo de som que você toca e o melhor de tudo, com o apoio da prefeitura, de graça, para quem quiser chegar e apreciar o som da galera”. Ele ainda comenta que a criação do novo evento vem não só de uma iniciativa da Secretaria de Cultura, mas acima de tudo de tudo que vem acontecendo na cidade na mesma linha. Segundo o guitarrista, Divinópolis tem gente competente o suficiente para organizar eventos de qualquer natureza que manteriam a roda girando. Ele ainda torce para que o movimento só aumente e que apareçam mais bandas e mais lugares para que elas se apresentem. Para finalizar, ainda lança a pergunta: “E se Divinópolis se transformasse na cidade do rock’n’roll”?
O público, em geral, também aprovou a empreitada. Um adolescente que, por algum motivo misterioso, preferiu ser identificado apenas por “Pedrinho” achou o evento excelente, sem ressalvas. Thaís Campolina, de 21 anos, considera que o evento poderia ser bem melhor, mas somente a abertura de um novo espaço cultural já é um bom ganho para a cidade, que é meio deficiente neste sentido. Outro adolescente, Igor de 17 anos, criticou a estrutura do evento – e as bandas – porém mostrou-se satisfeito com uma ação dessa natureza partindo do poder público. A Secretaria de Cultura explica, porém, que não há ninguém, além da própria, envolvido na organização da Rua do Rock e garante melhorias nas edições futuras. Thais Resende, 19 anos, também reclamou da qualidade das bandas: “Faltou mais gente experiente como o Commando e o Jaspion”. Um evento dessa natureza não tinha como estar livre de bandas adolescentes pueris. A despeito disso, o objetivo não é abrir espaço para grupos já consagrados, mas sim abrir espaço e estimular o trabalho de novos grupos.
E os tons verdes deram as caras mesmo durante o dia

Bernardo Rodrigues está empolgado com os resultados e pretende manter a roda girando. Nas comemorações do centenário, a promessa é a realização de uma edição em grandes proporções da Rua do Rock, com a presença de atrações de nível nacional sem, é claro, deixar de abrir a oportunidade de grupos novos tocarem. Só que, desta vez, para um público muito maior. A Rua do Rock acontecerá no terceiro sábado de todos os meses, e quem estiver interessado em se inscrever deve ir até a Secretaria de Cultura, que se localiza na Av. 7 de Setembro 1160, ao lado da Biblioteca Municipal Ataliba Lago.

Por Lucas Carrano e Renato Pereira
Fotos: Marina Morais

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