Respeito às diferenças

"Conviver com as diferenças é um dos caminhos para o bem estar social".
Edilene Braga
por Luana Amaral

O preconceito é um dos principais males de nossa sociedade. Ser diferente significa estar à margem das grandes possibilidades? Talvez ainda sim, mas o abismo entre as diferenças tende a diminuir e um dos caminhos a ser seguido é a educação. “A inclusão depende de cada um”, diz Edilene Braga, diretora da escola AAVIDA - Assistência Áudio-visual para Deficiente Auditivo -, referindo-se a alguns pais que possuem resistência em utilizar a língua de sinais.

Edilene Braga afirma que a inclusão começa no convívio familiar. Segundo ela, geralmente os pais não aceitam a deficiência de seus filhos e ignoram suas limitações. “Muitas mães ainda consideram desnecessária a utilização da libras. Isso prejudica o aprendizado das crianças,” revela.

A educação inclusiva não é apenas uma forma de inserir pessoas com necessidades especiais nas escolas - ela vai muito além disso: incluir é respeitar as diferenças, as limitações, a identidade do indivíduo. “A inclusão só existe, quando há o respeito ao negro, ao homossexual e aos deficientes”, diz Edilene.

Hoje, a escola AAVIDA, localizada no bairro Alvorada, tem cerca de 70 alunos que cursam o ensino fundamental. Após o término desse ciclo, os adolescentes são encaminhados para o ensino médio em escolas regulares. “Nossa escola tem uma parceria com o colégio Dona Antônia Valadares, nossos alunos estão sendo muito bem recebidos”, afirma Edilene. Algumas escolas da rede pública da cidade já possuem intérpretes nas salas de aulas, o que facilita a compreensão dos conteúdos desenvolvidos.

Após a aprovação da Resolução n° 716 de 11/11//05 da Secretaria do Estado em Educação de Minas Gerais, que prevê a capacitação de professores da rede estadual de ensino na comunicação de alunos portadores de necessidades especiais, a procura por cursos em educação inclusiva teve um aumento considerável.

Cursos de Educação inclusiva são oferecidos pelo Departamento de Extensão da FUNEDI/UEMG. O módulo iniciado no último dia 11 obteve boa adesão - cerca de 30 professores participaram do curso em Divinópolis e 43 na cidade de Itaúna.

O preconceito ainda é forte, mas conviver com as diferenças é um dos caminhos para o bem estar social, como alerta Edilene Braga: “A situação chegou a tal ponto que, respeitando já está difícil, imagine se não respeitássemos”, finaliza.

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