Recentemente eu vi uma peça publicitária do site kibeloco.com.br que dizia: “o carnaval acabou. Hora de colocar as velhas máscaras de sempre”. Vejo uma ótima oportunidade de analisarmos o nosso cotidiano e perceber algumas verdades que estão aí, porém incompreendidas.
No globo terrestre convivem 4 gerações diferentes são elas: veteranos, baby boomer, x e y. A geração dos veteranos é formada por pessoas que nasceram entre 1935 e 1945. Viveram na época da 2ª Guerra Mundial, geralmente são pessoas mais rígidas e respeitam as regras, por causa das dificuldades que viveram.
Também convive no mesmo espaço a geração conhecida como “baby boomer”. De acordo com Eliane Kullock, presidente do Grupo Foco – empresa cuja especialidade é gestão de pessoas - os baby boomer viveram na época da globalização, da ida do homem à lua, do capitalismo e do consumismo. Cultuaram o Rock and roll, o movimento hippie, tais fatores explicam muito sobre o modo de pensar dessa geração, que é contestadora e luta muito por seu direitos.
A geração X nasceu aproximadamente entre 1965 (ditadura militar) e 1979, está esperando uma atitude de referência dos subordinados.
Já a geração Y é uma geração que adora feedback. Outra característica é a multitarefa, sonha em conciliar lazer e trabalho e é muito ligada à tecnologia e às novas mídias. Alteraram completamente as formas de comunicação tanto em casa, quanto no trabalho e com os amigos. Kullock afirma: “Eles são também conhecidos como a geração do troféu, se beneficiaram de um período economicamente favorecido e tiveram em casa a liberdade que nenhuma outra geração teve”.
Não é de se estranhar o confronto de olhares sobre transparência, relacionamento interpessoal, autoconhecimento entre a geração y e suas antecessoras. Se para a y a internet trouxe naturalidade de expressar aquilo que sente, de compartilhar ideias bem como construir coletivamente o conhecimento e buscar sinceramente o prazer no trabalho e em outras esferas humanas como sexualidade, afetividade, estudos etc; nas gerações antecessoras os relacionamentos e comunicação possuíam regras rígidas, tudo era muito previsível.
Indicar que após o carnaval é hora de colocar as velhas máscaras comete-se um erro grave pois o mundo em que vivemos está cada vez mais interativo, logo sem máscaras, basta olhar para a maioria da população onde a juventude “y”é o destaque.
Entendo que usar máscaras é assumir comportamentos adquiridos para agradar outrem, seja a sociedade, seja a família. Apropriar da máscara é sua personalidade para compor outro personagem agradável aos olhos de quem o vê. Num mundo cada vez mais conectado é possível expressar opinião através de diferentes veículos tecnológicos, de maneira especial através da internet. Inúmeros teóricos da comunicação elucidam a rede de computadores como a promotora da revolução cultural. Nela está o direito de se expressar. O uso cotidiano de sua liberdade na net traz como fruto a criação de hábito/costume da transparência. No nosso dia a dia pessoas se expressam e falam livremente aquilo que pensam. É estranho? Às vezes sim, a grande questão não está em usar ou não a máscara, mas sim no conteúdo que falamos por aí... tem padre falando que é a favor do casamento homossexual, tem adolescente falando que deseja uma casa de um milhão de dólares... e por aí vai.. .
COM FIM DO CARNAVAL AS MÁSCARAS CONTINUAM EM NOSSO COTIDIANO. SERÁ?
Fabio Machado
2